Olá amigos e seguidores do blog!
Primeiramente quero desculpar-me pelas poucas postagens deste ano, devído a problemas de saúde precisei me resguardar de algumas atividades pessoais, mas como tenho o hábito de ler e pesquisar nas redes sociais assuntos relacionados a Inclusão das Pessoas com Deficiência... Ao pesquisar encontrei na rede social o belissímo artigo abaixo sobre a autoria de Marilú Mourão Pereira Fisioterapeuta, que trata a luta da inclusão das pessoas com deficiências e seus familiares na busca dos seus direitos e lugar na sociedade onde sejam tratados com menos segregacionista e menos preconceituosidade atitudes essas que percebo todos os dias no meu cotidiano profissional. A leitura desse artigo é muito gostasa e enfatica em alguns pontos nos quais concordo com a Marilú (autora) gênero e grau quando ela afirma que: Jamais haverá inclusão se a sociedade se sentir no direito de escolher quais os deficientes poderão ser incluídos. Pois quando rejeito a qualquer ser humano independente da sua condição humana, rejeito a simesmo...Antes de agir ou tomar uma atitude devo sempre pensar se "EU' fosse essa pessoa eu ia gostar de tratada ou mesmo de fazer, sentir e estar naquela situação?? Apreciem o artigo e depois digam-me se o mesmo não mexe com seus sentimentos, e também nós remete a uma reflexão sobre os nossos paradigmas educacionais e principalmente sociais.
INCLUSÃO ESCOLAR: Um desafio entre o ideal e o real
O presente artigo pretende provocar uma análise e reflexão a
respeito das políticas de inclusão, levando em conta os paradigmas
conceituais e princípios que vem sendo progressivamente defendidos em
documentos nacionais e internacionais.
A inclusão é um movimento mundial de luta das pessoas com deficiências e
seus familiares na busca dos seus direitos e lugar na sociedade.
Mas o que é de fato a inclusão? O que leva as pessoas a terem
entendimentos e significados tão diferentes? Cabe aqui tecer algumas
reflexões, pois dessa forma estaremos contribuindo para uma prática
menos segregacionista e menos preconceituosa.
O adjetivo ”inclusivo" é usado quando se busca qualidade para todas as pessoas com ou sem deficiência.
Na primeira Conferência da Rede Ibero-Americana de Organizações Não
Governamentais de Pessoas com Deficiência e suas Famílias, reunida em
Caracas, entre os dias 14 e 18 de outubro de 2002, considerando que é
compromisso de todos elevar a qualidade de vida de pessoas com
deficiência e suas famílias por meio de serviços de qualidade em saúde,
educação, moradia e trabalho, declararam, 2004 como o ANO DAS PESSOAS
COM DEFICIÊNCIA E SUAS FAMÍLlAS, almejando a vigência efetiva das Normas
sobre a Equiparação de Oportunidades para Pessoas com Deficiências e o
cumprimento dos acordos estabelecidos na Convenção Interamericana para
Eliminação de todas as Formas de Discriminação Contra as Pessoas com
Deficiência (Convenção da Guatemala 2001).
O termo inclusão já trás implícito a idéia de exclusão, pois só é
possível incluir alguém que já foi excluído. A inclusão está respaldada
na dialética inclusão/ exclusão, com a luta das minorias na defesa dos
seus direitos.
Para falar sobre inclusão escolar é preciso repensar o sentido que se
está atribuindo à educação, além de atualizar nossas concepções e
resignificar o processo de construção de todo o indivíduo, compreendendo
a complexidade e amplitude que envolve essa temática.
Também se faz necessário, uma mudança de paradigma dos sistemas
educacionais onde se centra mais no aprendiz, levando em conta suas
potencialidades e não apenas as disciplinas e resultados quantitativos,
favorecendo uma pequena parcela dos alunos.
A idéia de uma sociedade inclusiva se fundamenta numa filosofia que
reconhece e valoriza a diversidade, como característica inerente à
constituição de qualquer sociedade. Partindo desse principio e tendo
como horizonte o cenário ético dos Direitos Humanos, sinaliza a
necessidade de se garantir o acesso e a participação de todos, a todas
as oportunidades, independentemente das peculiaridades de cada
individuo.
O paradigma da inclusão vem ao longo dos anos, buscando a não exclusão
escolar e propondo ações que garantam o acesso e permanência do aluno
com deficiência no ensino regular. No entanto, o paradigma da segregação
é forte e enraizado nas escolas e com todas as dificuldades e desafios a
enfrentar, acabam por reforçar o desejo de mantê-los em espaços
especializados.
Contudo a inclusão coloca inúmeros questionamentos aos professores e
técnicos que atuam nessa área. Por isso é necessário avaliar a realidade
e as controvertidas posições e opiniões sobre o termo.
Outro aspecto a ser considerado é o papel do professor, pois é difícil
repensar sobre o que estamos habituados a fazer, além do mais a escola
está estruturada para trabalhar com a homogeneidade e nunca com a
diversidade.
A tendência é focar as deficiências dos nossos sistemas educacionais no
desenvolvimento pleno da pessoa, onde se fala em fracasso escolar, no
déficit de atenção na hiperatividade e nas deficiências onde o problema
fica centrado na incompetência do aluno. Isso é cultura na escola, onde
não se pensa como está se dando esse processo ensino-aprendizagem e qual
o papel do professor no referido processo. Temos que refletir sobre a
educação em geral para pensarmos em inclusão da pessoa com deficiência.
Há também que se lembrar que todos os alunos vêm com conhecimentos de
realidade que não pode ser desconsiderado, pois faz parte de sua
história de vida, exigindo uma forma diferenciada no sistema de
aprendizagem.
Mas temos que pensar que para que a inclusão se efetue, não basta estar
garantido na legislação, mas demanda modificações profundas e
importantes no sistema de ensino. Essas mudanças deverão levar em conta o
contexto sócio.econômico, além de serem gradativos, planejadas e
contínuas para garantir uma educação de ótima qualidade (Bueno, 1998).
Portanto a inclusão depende de mudança de valores da sociedade e a
vivência de um novo paradigma que não se faz com simples recomendações
técnicas, como se fossem receitas de bolo, mas com reflexões dos
professores, direções, pais, alunos e comunidade. Contudo essa questão
não é tão simples, pois, devemos levar em conta as diferenças. Como
colocar no mesmo espaço demandas tão diferentes e específicas se muitas
vezes, nem a escola especial consegue dar conta desse atendimento de
forma adequada, já que lá também temos demandas diferentes?
Kunc (1992), fala sobre inclusão: "o principio fundamental da educação
inclusiva é a valorização da diversidade e da comunidade humana. Quando a
educação inclusiva é totalmente abraçada, nós abandonamos a idéia de
que as crianças devem se tornar normais para contribuir para o mundo".
Temos que diferenciar a integração da inclusão, na qual na primeira,
tudo depende do aluno e ele é que tem que se adaptar buscando
alternativas para se integrar, ao passo que na inclusão, o social deverá
modificar-se e preparar-se para receber o aluno com deficiência.
A inclusão também passa por mudanças na constituição psíquica do homem,
para o entendimento do que é a diversidade humana. Também é necessário
considerar a forma como nossa sociedade está organizada, onde o acesso
aos serviços é sempre dificultado pelos mais variados motivos. Jamais
haverá inclusão se a sociedade se sentir no direito de escolher quais os
deficientes poderão ser incluídos. É preciso
que as pessoas falem por si mesmas, pois sabem do que precisam, de suas
expectativas e dificuldades como qualquer cidadão. Mas não basta ouvi-los, é
necessário propor e desenvolver ações que venham modificar e orientar as formas
de se pensar na própria
inclusão. A Declaração de Madrid (2002), define o
parâmetro conceitual para a construção de uma sociedade inclusiva, focalizando
os direitos das pessoas com deficiências, as medidas legais, a vida
independente, entre outros: ”O que for feito hoje em nome da questão da
deficiência terá significado para todos no mundo de
amanhã”. O marco histórico da
inclusão foi em junho de 1994, com a Declaração da Salamanca Espanha, realizado
pela UNESCO na Conferência Mundial Sobre Necessidades Educativas Especiais:
Acesso e Qualidade , assinado por 92 países, que tem como princípio
fundamental: "todos os alunos devem aprender juntos, sempre que possível,
independente das dificuldades e diferenças que
apresentem".
O Brasil é Signatário de documentos internacionais que definem a inserção incondicional de pessoas com deficiência na sociedade - a chamada inclusão. Muito mais do que uma idéia defendida com entusiasmo por profissionais de diversas áreas desde 1990 a construção de sociedades inclusivas, nos mais diferentes pontos do planeta, é meta do que se poderia chamar de movimento pelos "direitos humanos de todos os humanos". No dia 14 de dezembro foi assinada a resolução 45/ 91da ONU, que solicitou ao mundo "uma mudança no foco do programa das nações unidas sobre deficiência passando da conscientização para a ação, com o compromisso de se concluir com êxito uma sociedade global para todos por volta de 2010".
No Brasil, a Lei de Diretrizes e Bases em 1996, refere-se sobre estar "preferencialmente" incluída, mas também haverá quando necessários serviços de apoio especializado na escola regular para atender as peculiaridades e que o atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que em função das condições específicas do aluno não for possível sua integração nas classes comuns do ensino regular.
Com a Resolução n.2/2001 que instituiu as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, houve um avanço na perspectiva da universalização e atenção à diversidade, na educação brasileira,com a seguinte recomendação: Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos,cabendo às escolas organizar-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para a educação de qualidade para todos. No entanto a realidade desse processo INCLUSIVO é bem diferente do que se propõe na legislação e requer muitas discussões relativas ao tema.
No Japão, em 2002, foi aprovada a declaração de Sopporo representado por 109 países, por ocasião da VI assembléia mundial da Disabled Peoples International-DPI, onde fala sobre a educação inclusiva: "a participação plena começa desde a infância nas salas de aulas, nas áreas de recreio e em programas e serviços. Quando crianças com deficiência se sentam lado a lado com muitas outras crianças, as nossas comunidades são enriquecidas com a aceitação de todas as crianças. Devemos instar os governos em todo mundo a erradicarem a educação segregada e estabelecer uma política de educação inclusiva".
A REALIDADE:
A REALIDADE:
Nenhum comentário:
Postar um comentário